sábado, 1 de outubro de 2011

ENTREVISTA: TERAPEUTA FALA SOBRE HOMOFOBIA

Na foto: Edith e seu filho caçula/ Crédito: Reprodução
 A terapeuta e especialista em diversidade sexual Edith Modesto concedeu entrevista para o jornalista Eduardo Mate. Edith é fundadora do GPH (Grupo de Pais de Homossexuais) - grupo que tem intuito de ajudar mães a lidar com a revelação de que possuem um filho gay - e criadora do Projeto Purpurina - grupo de jovens que se reúnem mensalmente para discutir assuntos relacionados a sexualidade. A entrevistada também é autora de livros que abordam a temática gay, como o livro: "Mãe sempre sabe? Mitos e verdades sobre pais e seus filhos homossexuais". Na entrevista, Modesto fala sobre homofobia e problemas sociais. 

Eduardo - Existe Homofobia?
Edith - Existe, e como! Dependendo de como você entenda, até os próprios homossexuais, muitos deles, são homofóbicos. Amigo, o preconceito é introjetado em todos nós, desde que nascemos. E se livrar dele é dificílimo! Preconceito gruda mais do que chiclete no cabelo!

Eduardo - Qual a definição para uma pessoa homofóbica?
Edith - É homofóbica a pessoa que não aceita que a homossexualidade seja uma orientação sexual tão natural quanto a heterossexualidade.

Eduardo - Qual a diferença entre homofobia, preconceito e discriminação?
Edith - Pode-se pensar em uma gradação de homofobia. Preconceito é do plano das ideias. Discriminação já é um fazer. Assim, discriminação é a concretização do preconceito.

Eduardo - O que é Homossexualismo? 
Edith - Não se fala mais homossexualismo, porque a terminação em 'ismo' implica em doença, como estrabismo. Esse termo é do tempo em que se achava que homossexualidade era deonça física ou psicológica. Sabe-se hoje que homossexualidade é um tipo de orientação sexual, pela qual a pessoa se sente atraída afetivamente e sexualmente por alguém do mesmo sexo que ela.

Eduardo - Como os homossexuais costumam se ver: como pessoas normais ou como pessoas que fogem da 'normalidade'? 
Edith - Como já disse, há homossexuais homofóbicos. Eles têm auto-preconceito e tem de passar por um processo de auto-aceitação. No final desse processo, se consideram pessoas como quaisquer outras. São diferentes da maioria somente no tipo de orientação sexual.

Eduardo - Os pais de homossexuais vêm a homossexualidade como doença? 
Edith - Os pais também passam por um processo de aceitação de seus filhos. Nas primeiras fases do processo, muitos pensam que a homossexualidade é uma doença. Quando adquirem mais conhecimento sobre a homossexualidade vêem que não é, que a homossexualidade é uma condição espontânea e natural.

Para informações sobre o GPH ou Projeto Purpurina, acesse: http://www.gph.org.br/ 

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